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O fato é que existem vários termos para se referir as mesmas pessoas que estão na velhice.
Vamos fazer um teste, pense aí:
Quais termos você já ouviu alguém falar para se referir a pessoa idosa?
Além dos já citados, que são: idoso, pessoa idosa, velho, também é utilizado: melhor idade, terceira idade, maduro, mais experiente, sênior, 60+, aposentado, vovó e... muito mais!
Pense nas outras fases da vida: existem tantos termos assim?
Uma das razões para isso é o culto pela juventude. Muitas vezes, é falado frases como: “eu sou velha, mas o meu espírito é de jovem”.
Qual é o problema em ser velha com o espírito de velha?
Qual é a carga negativa que nós depositamos nessa palavra?
Na nossa sociedade há o costume de rotular a palavra velho ou idoso como sinônimo de inutilidade, abandono, teimosia.
E aí para ir contra esses estereótipos, o que tem sido feito?
Criado outros termos na tentativa de mudar a percepção sobre a velhice.
Mas será que está dando certo?
Ao invés de continuarmos nessa criação desenfreada de termos para se referir as mesmas pessoas, seria possível ressignificar o que já está posto:
Quem é velho: vestir a camisa de velho; quem ainda não é: honrar o seu futuro.
Nós precisamos valorizar mais o “ser velho”. Além dos pontos negativos, quais são os pontos positivos de envelhecer?
O que é ter um espírito de velho?
Nós precisamos de mais referências, de mais pessoas se apresentando enquanto velhas e não negando quem são.
É uma atitude de coragem. Não é fácil assumir a velhice, em uma sociedade que tem tanto preconceito com a idade. Mas e se a gente tentar?
Esse convite é para quem já é velho e para quem pretende um dia ser. Ambos têm um papel importante.
Bom, e se retirarmos todos esses rótulos existentes, o que é ser velho?
Papaléo Netto, conseguiu sintetizar velho como resultado final.
Se a gente for pensar por esse lado, velhice também é colheita. A velhice expressa quem nós somos e, de certo modo, quem nós éramos.
A citação completa do Papaléo Netto diz o seguinte:
“O envelhecimento (processo), a velhice (fase da vida) e o velho ou idoso (resultado final) constituem um conjunto cujos componentes estão intimamente relacionados.”
Ou seja, tudo é vida, tudo está conectado e em movimento.
Capítulo de livro citado:
Papaléo Neto, M. Estudo da Velhice. Histórico, definição do campo e termos básicos. In: Freitas, Elizabete Viana; Py, Ligia. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.